Por Edson Moura
Resumo do Livro:
Resumo do Livro:
Nesta Obra, já clássica, o
mundialmente aclamado biólogo evolucionista Richard Dawkins, como um poderoso
vento epistemológico purificador varre completamente as crenças infantis,
irracionais por definição, professadas pela maioria dos adultos. A maioria dos
quais, segundo o também racionalista Sam Harris, “capazes de perpetrar os mais
cruéis e violentos atos de atrocidade contra seus semelhantes, supostamente
para provar a superioridade ética de suas crenças irracionais, ilógicas e
cruelmente nocivas.
Dawkins apresentou – paralelamente ao
desenvolvimento do livro em tela – uma série de programas na BBC, intitulados
“A Raiz de Todo o Mal”: a religião.
Neste Best Seller monumental, saudado
pelos mais renomados intelectuais e cientistas do mundo contemporâneo, Dawkins
desnuda completamente as fragilidades das crenças religiosas, assim como todas
as atrocidades monstruosas cometidas em seu nome ao longo dos séculos.
Deliberadamente, declara, optou por
não frisar os pontos já mundialmente condenados das práticas cristãs – vale
aqui ressaltar que se ateve principalmente às religiões cristãs e as que a
precederam na mesma linhagem (nomeadamente o Judaísmo e o Islamismo) por serem aquelas
com que tem maior familiaridade – não se encontrará em toda a Obra uma única
observação acerca das Cruzadas, da Santa Inquisição e de outras monstruosidades
monumentais praticadas pelos cristãos ao longo dos séculos.
Atém-se principalmente às provas ou
contraprovas da existência de Deus (entendido miseravelmente como a maioria dos
crentes o entende: uma espécie de Macho-Alfa vivendo num lugar indeterminado,
uma espécie de “céu espiritual”, que teria criado o mundo e tudo o que nele
existe (incluindo os seres humanos) a pouco mais ou menos de 5.000 anos,
mantendo-se particularmente atento ao que todos os cerca de 6 Bilhões de seres
humanos do planeta Terra pensam e fazem durante as 24 horas do dia nos 7 dias da
semana.
Confessa-se, com toda a seriedade
e honra de um cientista dedicado que não é possível provar a inexistência de
Deus da mesma forma que não é possível provar a inexistência de fadas, gnomos,
unicórnios, Saci-Pererê, mulas-sem-cabeça, etc. A apresentação de argumentos e
provas cabais de suas existências, cabe sim a quem acredita nestas coisas, não
a quem não encontrou provas suficientes a corroborar a alegação da maioria.
A opinião da maioria é outra
questão em aberto que merece reflexão. Não serve como prova de nada,
evidentemente: durante milênios a maioria tinha certeza de que a Terra era
achatada e fixa no Cosmos. Aproveito o ensejo para citar o magnífico poema do
Álvaro de Lucca: “A Voz do Povo é a Voz de Deus/Que Povo?/Que Deus?/O que
mandou soltar Barrabás?/O que delirou com Hitler?/O que aplaudiu Stálin?/O que
pediu e aprovou a Ditadura Militar no Brasil?” – esclareço que esta inserção é
minha: Dawkins toma o rigoroso cuidado científico de não se aventurar nas
cearas política ou econômica. Este resenhista é que está convencido de estarem
estas dimensões (religião, política e economia) intimamente relacionadas.
Arrolemos alguns dos argumentos
do Autor:
_ O Boeing 747 definitivo; os
criacionistas resumem sua fé numa assertiva mais ou menos assim: “a hipótese de
a vida dos seres complexos haver surgido por acaso é tão absurda quanto
imaginar que um furacão passando por um ferro-velho construa um Boeing 747
perfeito”.
O grande problema dos criacionistas,
neste caso, tem a ver com a confusão que fazem entre o fato da Evolução das
Espécies no Planeta Terra e algo como o “Acaso”. Datando a existência do Cosmos
em cerca de 5.000 anos (contrariamente às descobertas científicas dos
Astrônomos com seus Telescópios a perscrutar o Universo Infinito que o dataram
com precisão a, no mínimo, 15 Bilhões de Anos e o Planeta Terra em 4,5 Bilhões
de anos), ignoram os desdobramentos derivados de todas as provas e evidências
encontradas e precisamente datadas a comprovar como se formou e evoluiu,
gradualmente, num processo lentíssimo, mas precisamente registrado nas
profundezas da Terra onde se encontram camadas de materiais distintos e fósseis
com traços somente explicáveis através de um processo evolutivo gradual (NÃO
CASUAL).
_ O Abuso de Crianças pelas
religiões; não, Dawkins não desce ao nível do que determinados religiosos vêm
fazendo com crianças ao longo dos séculos e que se tornou escândalo nos últimos
tempos. O problema é a doutrinação, este é o abuso infantil. Ninguém se refere
a uma criança como “social-democrata”, “neoliberal”, “comunista”,
“existencialista” ou o que o valha. São temas demasiado complexos para que a
mente infantil tenha condições de formar uma opinião a respeito. Contudo, não
há pudor algum em impregnar os infantes com preconceitos e imprecisões
religiosas tornando-se comum chamar uma criança de “católica”, “protestante”,
“muçulmana”, “judia”, etc. NÃO! A criança pode ser filha de pais católicos, ou
protestantes ou o que o valha. Mas não dispõe ainda da sofisticação intelectual
necessária a formar uma opinião abalizada a respeito. Que as crianças sejam
poupadas desta forma monstruosa de abuso a tolher-lhes a liberdade de
raciocínio escravizando-as aos pré-conceitos irracionais dos pais (que os
receberam da mesma forma em sua infância, etc.)
_ Se Deus não existe, por que ser
bom? – Humanos, somos naturalmente dotados de senso do certo e do errado, de
uma profunda moralidade que subsiste apesar – não “por causa” – da religião.
Leia-se o que os livros religiosos ensinam a fazer com “pecadores”, “infiéis” e
“hereges” e se verá que nenhum livro religioso escrito durante o Neolítico traz
balizamento moral a um comportamento civilizado.
Fica a leitura enfaticamente
recomendada principalmente por seu rigor científico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se você já leu, ou pretende ler este livro, e tiver alguma dúvida...é só perguntar.