Anos atrás me deparei com o livro “Elogio Ao
Ócio”, do pensador britânico Bertrand Russel. O livro é uma compilação de
textos escritos por Russel sobre assuntos como trabalho, educação, comportamento,
etc. Ao que parece, está esgotado na editora Sextante, pois só pode ser encontrado
em sebos.
Teve um impacto decisivo em minha vida. Russel é
claro, lúcido, argumentador talentoso, capaz de expor as coisas sem fazer uso
de retóricas desnecessárias e do estilo “entrecortado” e forçosamente hermético
de alguns “filósofos” enganadores da modernidade.
O eixo central do livro é o texto que dá nome à
ele: O Elogio Ao Ócio, disponível aparentemente completo aqui, com a ressalva
apenas de leves deslizes de tradução que não comprometem em nada sua
importância. Com a licença do hiperbolismo, é a única coisa que você
precisa ler. Depois pode partir para outros.
Sei que muita gente não lê textos com mais de
dois parágrafos. Sintomático. Outros tantos dispensam coisas longas justamente
porque a jornada de trabalho e tudo que a envolve toma muito tempo e muita
energia vital. Ironia. Parece claro que esta é uma das formas básicas de como o
sistema age para manter as coisas como são: tentar retirar ao máximo do
ser humano a possibilidade de se dedicar a reflexões que exijam mais do que uma
rápida olhadela e uma informação curta, seca, “direta”. Neste sentido,
aliás, os “princípios” do jornalismo são a manifestação mais flagrante. A mídia
atua como o operário mais incansável do esquema.
Não pensar. Não ter tempo para refletir. Além
disso: extirpar desde o nascimento a vontade, o tesão, o interesse, a
curiosidade e a dedicação necessária para ultrapassar a mediocridade. Nos
deixar confortavelmente anestesiados, acomodados, ignorantes. Cada vez mais.
Fazer com que nos contentemos com pouco, muito pouco.
Russel destrói com uma mentira fulcral da
sociedade: “o trabalho dignifica o homem”. Mostra como essa falácia
histórica contribuiu (e contribui) para o estado das coisas. O texto, escrito
no início dos anos 30, soa (infelizmente) atemporal. Podem alegar que o cenário
analisado por Russel ainda se concentrava demasiadamente no trabalho físico, na
produção de bens materiais, na incipiência da Revolução Industrial. Russel
mostra, já naquela época, como a jornada de trabalho (que chegava a 15 horas
para um adulto na Inglaterra) poderia ser convertida para 4 hs. Como nos
concentrávamos excessivamente no frisson em produzir bens inúteis e
dispensáveis.
Fato que muita coisa mudou de lá pra cá. Mas Russel
acreditava que quanto mais as máquinas evoluíssem, quanto mais a tecnologia
fosse capaz de contribuir para a substituição do trabalho pesado na indústria e
demais setores, mais razões existiriam e mais a sociedade poderia caminhar para
uma substituição deste tipo de trabalho e mentalidade. É indiscutível que, sim,
houve avanços descomunais nesta área nos últimos 80 anos. Ao mesmo tempo em que
o capitalismo tratou de manter o mesmo tipo de consciência e o mesmo tipo de
jornada excruciante na “era da informação”. Daí a tristeza por constatar que o
texto de Russel se mantém atual, presente. Que suas passagens possam falar tão
forte e tão diretamente ao que vivemos hoje.
Selecionei alguns trechos essenciais do texto
completo:
(…)
Uma das coisas mais comuns que se faz com a
poupança é emprestá-la a algum governo. Considerando-se o fato de que a maior
parte das despesas públicas de quase todos os governos civilizados consiste nas
dívidas das guerras passadas ou na preparação de guerras futuras, quem empresta
seu dinheiro ao governo acha-se na mesma posição do vilão que aluga assassinos
de Shakespeare. O resultado líquido de seus hábitos econômicos é aumentar as
forças armadas do Estado ao qual ele empresta sua poupança. Obviamente, seria
melhor gastar o dinheiro, mesmo que fosse com bebida ou no jogo.
(…)
Antes de mais nada: o que é trabalho? Há dois
tipos de trabalho: o primeiro, alterar a posição de um corpo na ou próximo à superfície
da Terra relativamente a outro corpo; o segundo, mandar outra pessoa fazê-lo. O
primeiro tipo é desagradável e mal pago; o segundo é agradável e muito bem
pago. O segundo tipo é capaz de extensão indefinida: há não somente aqueles que
dão ordens, mas aqueles que dão conselhos sobre que ordens deveriam ser dadas.
Geralmente dois tipos opostos de conselhos são dados simultaneamente por dois
grupos organizados; a isto se chama política. A habilidade necessária a este
tipo de trabalho não é conhecimento dos assuntos sobre os quais são dados
conselhos, mas conhecimento da arte da fala e da escrita persuasiva, isto é, da
propaganda.
Na Europa, mas não na América, há uma terceira
classe de homens, mais respeitada do que qualquer uma das outras classes de
trabalhadores. Há homens que, pela propriedade da terra, podem fazer outros
pagarem pelo privilégio de poderem existir e trabalhar. Estes proprietários de
terras são ociosos, e, portanto se esperaria que eu os elogiasse. Infelizmente,
a sua ociosidade se torna possível pelo trabalho de outros; de fato, seu desejo
pelo ócio confortável é historicamente a fonte de todo evangelho do trabalho. A
última coisa que eles desejariam é que outros seguissem o seu exemplo.
(…)
A técnica moderna tornou possível que o lazer,
dentro de certos limites, não seja uma prerrogativa de uma pequena classe
privilegiada, mas um direito distribuído equanimemente pela comunidade. A
moral do trabalho é a moral de escravos, e o mundo moderno não precisa da
escravidão.
(…)
A técnica moderna tornou possível diminuir
enormemente a quantidade de trabalho necessário para assegurar as necessidades
vitais para todos. Isto se tornou óbvio durante a Primeira Guerra Mundial.
Naquele tempo todos os homens nas forças armadas, e todos os homens e mulheres
envolvidos na produção de munição, e todos os homens e mulheres envolvidos com
espionagem, propaganda de guerra ou escritórios governamentais relacionados com
a guerra foram tirados de ocupações produtivas. Apesar disto, o nível geral de
bem-estar entre assalariados não-qualificados do lado dos aliados era mais alto
do que antes ou mesmo depois da Guerra. O significado deste fato era escondido
pelas finanças: empréstimos fizeram parecer que o futuro estava nutrindo o
presente. Mas isto, é claro, seria impossível; um homem não pode comer um pão
que não existe. A guerra mostrou conclusivamente que, através da organização
científica da produção, é possível manter as populações modernas em razoável
conforto com uma pequena parte da capacidade de trabalho do mundo moderno. Se,
ao final da guerra, a organização científica que foi criada para liberar homens
para as guerras e produção de munição fosse preservada, e as jornadas de
trabalho fossem reduzidas para quatro horas, tudo teria ficado bem. Ao invés
disto, o antigo caos foi restaurado, aqueles cujo trabalho era necessário
voltaram às longas horas de trabalho, e o restante foi deixado à mingua no
desemprego. Por quê? Porque o trabalho é um dever, e um homem não deveria
receber salários proporcionalmente ao que produz, mas proporcionalmente à
virtude demonstrada em seu esforço.
Esta é a moral do Estado escravista, aplicada em
circunstâncias totalmente diferentes daqueles na qual surgiu. Não é surpresa
que o resultado tenha sido desastroso.
(…)
A idéia de que os pobres devam ter lazer
sempre foi chocante para os ricos. Na Inglaterra, no início do século
dezenove, quinze horas era a jornada comum para um homem; algumas vezes
crianças trabalhavam tanto quanto, e muito comumente trabalhavam doze horas por
dia. Quando alguns intrometidos sugeriram que talvez estas horas fossem
exageradas, foi-lhes dito que o trabalho afastava os adultos da bebida e as
crianças da marginalidade. (…)
Se o trabalhador comum trabalhasse quatro
horas por dia, haveria o suficiente para todos e não haveria desemprego –
assumindo um moderado senso de organização. Essa ideia choca os abastados,
porque eles estão convencidos de que os pobres não saberiam como usar tanto
lazer. Nos Estados Unidos, os homens frequentemente trabalham longas
horas mesmo quando estão bem financeiramente; tais homens, naturalmente, se indignam
com a ideia do lazer para assalariados, exceto na forma do cruel castigo do
desemprego; de fato, eles não gostam de lazer nem mesmo para seus filhos.
Estranhamente, enquanto querem que seus filhos trabalhem tão duro que não
tenham tempo para serem civilizados, eles não se importam que suas esposas e
filhas não tenham absolutamente nenhum trabalho. A inutilidade esnobe, que em
uma sociedade aristocrática se estende a ambos os sexos, é, sob uma
plutocracia, confinada às mulheres; isto, entretanto, não a torna mais sensata.
O uso sábio do lazer deve-se conceber, é produto
de civilização e educação. Um homem que tenha trabalhado longas horas a vida
inteira fica entediado se se torna subitamente ocioso. Mas sem considerável
quantidade de lazer um homem é privado de muitas das melhores coisas. Não
há mais nenhuma razão para que a maior parte da população sofra dessa privação;
somente um ascetismo tolo, geralmente paroquiano, nos faz continuar a insistir
em excessivas quantidades de trabalho agora que não há mais necessidade.
(…)
Não tentamos fazer justiça econômica, de forma
que uma grande proporção da produção total vai para uma pequena minoria da
população, e boa parte dela simplesmente não trabalha. Devido à
ausência de qualquer controle central sobre a produção, produzimos grande
quantidade de coisas que não precisamos. Mantemos uma grande
percentagem da população trabalhadora ociosa, porque podemos dispensar seu
trabalho dando sobretrabalho a outros. Quando todos estes métodos se provarem inadequados,
temos a guerra: colocamos muitas pessoas a fabricar explosivos, e muitas outras
para explodi-los, como se fôssemos crianças que recém descobriram os fogos de
artifício. Combinando estes mecanismos, somos capazes, com dificuldade, de
manter viva a noção de que uma grande quantidade de trabalho manual intenso é o
quinhão inevitável do homem comum.
(…)
O fato é que mudar corpos de lugar, ainda
que em certa quantidade seja necessário à nossa existência, não é, em absoluto,
um dos objetivos da vida humana. Se fosse, teríamos que considerar todo
operador de britadeira superior a Shakespeare. Temos sido enganados
neste aspecto por duas razões. Uma é a necessidade de manter os pobres
aplacados, o que levou os ricos, for milhares de anos, a defender a dignidade
do trabalho, enquanto cuidavam eles mesmos de se manterem indignos a este
respeito. A outra é o novo prazer no maquinismo, que nos delicia com as
espantosas transformações que podemos causar na superfície da Terra.
Nenhum destes motivos tem grande apelo ao trabalhador real. Se se pergunta a
ele o qual ele acha a melhor parte de sua vida, não é provável que ele dia: “Eu
gosto do trabalho manual porque ele me faz sentir que estou fazendo a tarefa
mais nobre do homem, e porque eu gosto de pensar o quanto o homem pode
transformar o planeta. É verdade que o meu corpo necessitam períodos de
descanso, que devo preencher da melhor forma possível, mas eu nunca fico tão
feliz quanto quando chega a manhã e eu posso retornar ao trabalho duro do qual
provém o meu contentamento”. Eu nunca ouvi trabalhadores dizerem este tipo de
coisa. Eles consideram o trabalho como ele deve ser considerado, um meio
necessário à sobrevivência, e é de seu lazer que eles obtêm qualquer felicidade
que possam ter.
Há quem diga que, enquanto um pouco de lazer é
prazeroso, os homens não saberiam como preencher seus dias se tivessem somente
quatro horas de trabalho nas suas vinte e quatro horas do dia. Considerar isto
uma verdade no mundo moderno é uma condenação de nossa civilização; as coisas
nunca foram assim. Havia anteriormente uma capacidade de despreocupação e
divertimento que foi de certo modo inibido pelo culto à eficiência. O homem
moderno pensa que tudo deve ser feito pelo bem de alguma outra coisa, e nunca
por seu próprio bem.
(…)
E A PARTE FINAL, RESUMO COMPLETO E
PUNGENTE DO PENSAMENTO DE RUSSEL:
A noção de que as atividades desejáveis são
aquelas que trazem lucro é uma inversão da ordem das coisas. O açougueiro que
lhe fornece carne e o padeiro que lhe fornece pão são dignos de louvor, porque
estão ganhando dinheiro; mas quando se saboreia a comida que eles forneceram,
se é frívolo, a não ser que se coma somente para ficar forte para o seu
trabalho. Falando de maneira geral, diz-se que ganhar dinheiro é bom e gastar
dinheiro é ruim. Vendo que são dois lados de uma transação, isto é absurdo;
poderia se dizer que chaves são boas, mas fechaduras são ruins. Qualquer mérito
que haja na produção de bens deve ser inteiramente retirado da vantagem a ser
obtida consumindo-os. O indivíduo, em nossa sociedade, trabalho pelo lucro; mas
a finalidade social do trabalho se baseia no consumo do que ele produz. É este
divórcio entre o indivíduo e a finalidade social da produção que torna tão
difícil aos homens pensar claramente em um mundo no qual fazer lucro é o
incentivo da indústria. Pensamos demais na produção, e de menos no consumo. Um
resultado é que atribuímos muito pouca importância ao divertimento e à simples
felicidade, e que não julgamos a produção pelo prazer que ela proporciona ao
consumidor.
Quando sugiro que a jornada de trabalho deveria
ser reduzida para quatro horas, não quero dizer que todo o tempo restante
deveria necessariamente ser gasto em frivolidade pura. Quero dizer que um dia
de trabalho de quatro horas deveriam ser suficientes para as necessidades e
confortos elementares da vida, e que o resto de seu tempo deveria ser seu para
usá-lo como achasse conveniente. É uma parte essencial em qualquer sistema
social que a educação deva ser levada além do que normalmente é no presente e
deveria por objetivo, em parte, prover gosto que iriam tornar um homem apto a
usar o lazer inteligentemente. Não estou pensando aqui no tipo de coisa que
seria considerada “intelectualizada”. Danças camponesas desapareceram exceto em
remotas áreas rurais, mas os impulsos que levaram ao seu cultivo ainda devem
existir na natureza humana. Os prazeres das populações urbanas se tornaram na maior
parte passivos: ver filmes no cinema, assistir jogos de futebol, escutar rádio,
e assim por diante. Isto resulta do fato de que suas energias ativas são
totalmente gastas com o trabalho; se tivessem mais lazer, iriam aproveitar
novamente os prazeres nos quais tem um papel ativo.
No passado havia uma pequena classe ociosa e uma
grande classe trabalhadora. A classe ociosa desfrutava de vantagens para as
quais não havia base em justiça social; isto necessariamente as fez opressivas,
limitou sua simpatia, e levou à invenção de teorias para justificar seus
privilégios. Isto fez diminuir enormemente a sua excelência, mas apesar disto
elas contribuíram com quase tudo do que chamamos de civilização. Ela cultivou
as artes e descobriu as ciências; escreveu os livros, inventou as filosofias, e
refinou as relações sociais. Mesmo a libertação dos oprimidos foi geralmente
iniciada de cima. Sem a classe ociosa, a humanidade nunca teria emergido da
barbárie.
O método da classe ociosa sem deveres,
entretanto, gerou enormes desperdícios. Nenhum de seus membros tinha que aprender
a ser trabalhador, e a classe como um todo não era excepcionalmente
inteligente. A classe podia produzir um Darwin, mas a ele se opunham dezenas de
milhares de proprietários rurais que nunca pensavam em nada mais inteligente do
que caçar à raposa e punir invasores de propriedades. No presente, espera-se
que as universidades forneçam, de forma mais sistemática, o que a classe ociosa
fornecia acidentalmente e como um subproduto. Isto é um grande avanço, mas tem
certas desvantagens. A vida universitária é tão diferente da vida do mundo
exterior que os homens que vivem no meio acadêmico tendem a ficar alheios das
preocupações e problemas de homens e mulheres comuns; além disso, suas formas
de se expressar é geralmente tal que rouba de suas opiniões a influência que
elas deveriam ter no público em geral. Outra desvantagem é que nas
universidades os estudos são organizados, e o homem que pensa sobre alguma
pesquisa original provavelmente será desencorajado. As instituições acadêmicas,
portanto, úteis como são, não são guardiãs adequadas para os interesses da
civilização em um mundo onde todos fora de seus muros estão ocupados demais
para objetivos não-utilitários.
Em um mundo em que ninguém seja compelido a trabalhar
mais do que quatro horas por dia, todas as pessoas que possuíssem curiosidade
científica seriam capazes de satisfazê-la, e todo pintor seria capaz de pintar
sem passar por privações, qualquer que seja a qualidade de suas pinturas.
Jovens escritores não precisarão procurar a independência econômica
indispensável às grandes obras, para as quais, quando a hora finalmente chega,
terão perdido o gosto e a capacidade. Homens que, em seu trabalho profissional,
tenham se interessado em alguma fase da economia ou governo, serão capazes de
desenvolver suas ideias sem a distância acadêmica que faz o trabalho de
economistas universitários frequentemente parecer fora da realidade. Médicos
terão tempo para aprender sobre o progresso da medicina, professores não estarão
lutando exasperadamente para ensinar por métodos rotineiros coisas que
aprenderam na juventude, que podem, no intervalo, terem se revelado falsas.
Acima de tudo, haverá felicidade e alegria de
viver, ao invés de nervos em frangalhos, fadiga e má digestão. O trabalho
exigido será suficiente para tornar o lazer agradável, mas não suficiente para
causar exaustão. Uma vez que os homens não ficarão cansados em seu tempo livre,
eles não exigirão somente diversões passivas e monótonas. Ao menos um por cento
provavelmente devotará o tempo não gasto no trabalho profissional para
objetivos de alguma importância pública e, como não dependerão destes objetivos
para viver, sua originalidade não será tolhida, e não haverá necessidade de
adaptar-se aos padrões estabelecidos pelos velhos mestres.
Mas não é somente nestes casos excepcionais que
as vantagens do lazer aparecerão. Homens e mulheres comuns, tendo a
oportunidade de uma vida feliz, se tornarão mais gentis, menos persecutórios e
menos inclinados a ver os outros com desconfiança. O gosto pela guerra
desaparecerá, parcialmente por esta razão, e parcialmente porque ele envolverá
trabalho longo e severo para todos. A boa índole é, de todas as qualidades, a
que o mundo mais precisa, e boa índole é o resultado de segurança e bem-estar,
não de uma vida de árdua luta. Os métodos modernos de produção nos deram a
possibilidade de bem-estar e segurança para todos; escolhemos, ao invés disso,
ter sobretrabalho para alguns e privação para outros. Ainda somos tão
energéticos quanto éramos antes do surgimento das máquinas; neste aspecto temos
sido tolos, mas não há razão para continuarmos sendo tolos para sempre.