sábado, 29 de setembro de 2012

A imortalização de um mito (Jesus)


Por: Marcio Alves


No calor das emoções, inebriado e mistificado desaparecimento do Galileu, surgi na historia e no chão da palestina, 12 homens chamados de apóstolos com uma multidão que os seguiam, de sem rostos e identidades, com uma noticia alvissareira em seus lábios rachados pelo tenso e abafado calor do deserto, que o seu rei e salvador, tinha ressuscitado e que em muito em breve ele mesmo, do mesmo modo como foi elevado aos céus, haveria também de descer, para vir e buscar aqueles que acreditassem nele, e na sua eventual e poderosa mensagem deixada como legado para os seus servos e seguidores, para que eles dessem continuidade em sua obra de implantação e divulgação do reino.

Pois antes mesmo de partir deste mundo, de um modo tão terrível e cruel, tinha deixado a sua promessa aos que assim cressem, de que em muito em breve, em um curto espaço de tempo, ele mesmo e, não outro, retornaria, pois foi ao céu, preparar uma mansão celestial, um verdadeiro paraíso, com uma vida eterna em todos os sentidos, onde não haveria mais morte ou dor, nem pobreza e nem discriminação, onde todos seriam ricos, respeitados e imortais filhos amados do seu Pai.

Por isso, uma imensa multidão, muito mais após a sua morte, do que em vida, acreditava na mitologização do mito de sua ressurreição e aparecimento, ainda que este evento, tenha se dado aos poucos escolhidos e de modo muito imperceptível, mas para a multidão, não importava as provas racionais e tão pouco factuais, pois o que eles queriam mesmo era acreditar e ter uma esperança viva de que mesmo que viessem a sofrer muito e também a ser esquecidos, ou até mesmo oprimidos pelo império romano, que muito em breve aquele humilde e frágil carpinteiro que morreu em uma cruz, e que segundo os seus discípulos mais fieis, havia ressuscitado, voltaria uma vez mais para buscar eles, para onde ele estivesse também estivessem eles.

Passa-se então, a ser propagada uma mensagem triunfal, onde não havia poder, nem o império, nem mesmo a perseguição, até mesmo a morte, conseguia parar o processo e progresso de evangelização e difusão da mensagem do Cristo, pois estava embasada em três pilares fundamentais e atemporais: morte na cruz como espetáculo ao mundo, ressurreição como evento invisível e místico, e a promessa de seu retorno como grande rei, envolvido por sua gloria e majestade, num encontro triunfante com aqueles que acreditassem com uma fé para além da razão em sua mensagem e vida.

Hoje, mais do que nunca, Jesus se tornou uma das maiores figuras humanas de todos os tempos, e, sinceramente suspeito, que graças muito mais a construção e propagação mitologizada e divinizada de seus discípulos-apóstolos, do que por ele mesmo!



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