sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Dias de Perdão - Michael Gregório

Sinopse do Livro:

Na Prússia conquistada pelos franceses, o jugo da mão de Napoleão Bonaparte impõe medo e repressão na população. Nesse cenário, o renomado magistrado Hanno Stiffenis é intimado a acompanhar alguns soldados franceses que inesperadamente batem a sua porta. De imediato o procurador pensa o pior: era de conhecimento de todos que muitas dessas visitas resultaram no desaparecimento sem explicação de várias pessoas por serem consideradas opositoras aos estrangeiros.

Hanno era conhecido pela sua proximidade com um dos maiores personagens do país, o filósofo Immanuel Kant, que lhe ajudou a solucionar uma série de assassinatos na capital Könisberg.

Seria possível que aquela amizade o levaria à prisão ou pior, a morte?

No livro Dias de Perdão, segundo volume da série que apresenta Hanno Stiffenis como um detetive de casos misteriosos, o autor Michael Gregorio continua compondo um ótimo romance histórico misturando com maestria mistério e investigação, como Arthur Conan Doyle fez com o seu Sherlock Holmes. No primeiro livro, Crítica da Razão Criminosa, Stiffenis e o célebre pensador Kant se unem para desvendar uma série de assassinatos sem explicação.

Agora no recém-lançado Dias de Perdão aborda a Prùssia conquistada por Bonaparte em 1807 e os temores de muitos dos seus habitantes. Hanno, contudo descobre aliviado que a convocação foi feita pelo coronel do exército Francês Serge Lavedrine, para desvendar um novo caso: solucionar o assassinato de três crianças, encontradas mutiladas em uma casa afastada da cidade de Lotingen e o desaparecimento de sua mãe. Laverdrine, um criminologista muito interessado nas palavras e estudos que Kant deixou sobre a natureza do crime, queria ver como Hanno sairia na investigação sob a pressão do governo da Prússia, de alguns rebeldes, do próprio invasor francês e do anti-semitismo vigente na época.

Michael Gregorio, ou melhor a dupla Michael G. Jacob e Daniela De Gregorio recriam com bastante atenção no cenário histórico um thriller que seguirá o sucesso do livro anterior. A paisagem sombria das florestas e das cidades congeladas durante o inverno de 1807 é retratada com vigor, além de também abordar com uma pena hábil temas como o crescente nacionalismo, o anti-semitismo, a emancipação judia e a emergência das ciências, tudo isso, entrelaçado com a investigação que Hanno e Lavedrine fazem para o mistério da morte das crianças.

Hanno irá procurá Bruno Gottewald, o pai dos garotos, deixando com muito receio sua esposa e seus dois filhos, ante o ambiente terrível que sua cidade passava. Bruno, está servindo o exército da Prússia numa fortaleza bem afastada, comandada pelo fanático general nacionalista Katowice. No local, descobre que o major foi assassinado misteriosamente em um exercício de treino.

Em seu retorno à Lotingen, um cadáver de uma mulher é encontrado esmagado em um armazém, Hanno logo descobre que é a esposa do major morto e o mistério aumenta, em poucas semanas, uma família prussiana foi eliminada. O que estaria acontecendo? Seria um ato francês para aumentar seu poder? Ou seria a culpa dos judeus? Ou ainda, uma trágica coincidência? Narrado em primeira pessoa, pelo protagonista da narrativa, Dias de perdão segue e desenvoltura do primeiro, mergulhando o leitor no ambiente da época, com as problemáticas da população, de seus governantes e dos invasores estrangeiros.

Uma leitura envolvente do início ao fim, o "autor" cria mais uma vez a atmosfera histórica em conjunto com a exploração de técnicas de investigação criminal para montar um ótimo romance histórico. 

Edson Moura

Crítica da Razão Criminosa - Michael Gregório


Em 1804, enquanto as tropas napoleônicas rondavam as fronteiras da Prússia, ameaçando uma invasão, uma série de estranhos assassinatos atormentava a capital do reino germânico, Konisgsberg. O magistrado Hanno Stiffeniis é convocado para investigar os crimes, por ordem do próprio rei.

O jovem agente judiciário sai da pequena Lotingen, na fronteira com a Polônia, onde reside com a família e se refugiava de um passado turbulento. Viajando para a famosa cidade das Sete Pontes, descobre que quem o indicou para o sinistro caso fora o filho mais famoso da cidade, e certamente também de toda a Alemanha: o filosofo Immanuel Kant.

O professor de filosofia Michael Gregorio com esse enredo, estréia com, "Crítica da Razão Criminosa" (tradução Liliana da Silva Lopes, 464págs, Planeta), um thriller de mistério, onde confronta a razão filosófica e a ira criminosa, a ciência e a superstição, a investigação cientifica e a revelação espiritual cabendo ao leitor uma narrativa precisa e surpreendente que coloca em choque dois condicionadores do comportamento humano, o bom senso racional e a fé supersticiosa.

Um ótimo romance histórico, que abre uma nova série, ambientada na antiga Prússia e protagonizada pelo magistrado burguês Hanno Stiffeniis. Em seu primeiro caso, Stiffeniis tentará a luz da lógica achar o responsável pelos assassinatos em série.Trabalhando sob a vigilante e perspicaz supervisão de Kant, cuja fria racionalidade e ânsia de conhecimento ocultam um caráter inquietante. Com um passado que lhe persegue, o magistrado influenciou o grande pensador sete anos antes em um novo trabalho, um trato obscuro sobre a mente doentia de um assassino.

Immanuel Kant, célebre no mundo todo por suas publicações filosóficas, entre as quais, "Crítica da Razão Pura", possivelmente o livro mais influente da moderna filosofia. Vivia em uma casa nos arredores da capital prussiana, uma velhice sem notoriedade, pelo menos era o que se acreditava. Ainda era bem respeitado, por seu notável raciocínio, pela regularidade de seus hábitos, o temperamento severo e a impecável elegância. Kant, cujo vasto conjunto de idéias fora atacado pelas marés do romantismo, e logo a seguir pelo tsunami de Hegel, analisava o comportamento humano distinguindo o conhecimento sensível (que abrange as instituições sensíveis) e o conhecimento inteligível (que trata das idéias metafísicas). Stifffeniis usa essa Razão para investigar quatro estranhas mortes aparentemente sem solução, esforçando-se para ligar as peças daquele quebra-cabeça, apesar da supersticiosa população e inércia do trabalho dos policiais que conduziram as investigações.

Michael Gregorio desenvolve com habilidade a psique de cada personagem, fazendo uma história que envolve prostitutas, curandeiras, negromantes que asseguram falar com os mortos, pietistas em sua luta contra as tentações demoníacas, simpatizantes de Napoleão Bonaparte e os austeros e ineptos policiais prussianos. Brilhante concepção para a participação de Kant no thriller, como mentor do magistrado, aquém dirigirá na resolução dos casos. Como um Holmes e seu Dr. Watson.

Acompanhe neste Crítica da razão criminosa as investigações do jovem magistrado Hanno Stiffeniis, um dos poucos que conversou com Kant sobre as páginas secretas. O escritor Michael Gregorio construiu uma trama apaixonante, na qual razão e superstição combinam-se de uma forma assustadora.

Você irá se surpreender com o desfecho que Michael Gregória dá à trama. Passará então a amar e por muitas vezes, odiar as atitudes do homem para favorecer ou, proteger a memória daqueles que admiramos.
  • Editora: Planeta do Brasil
  • Autor: MICHAEL GREGORIO
  • ISBN: 8576652218
  • Origem: Nacional
  • Ano: 2006
  • Edição: 1
  • Número de páginas: 464
  • Acabamento: Brochura
  • Formato: Médio


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