Conta
a história de Camille, uma jovem-senhora bem sucedida financeiramente, mas que
vê sua vida ruir – em todos os aspectos – por um único motivo: está presa
emocionalmente.
Confesso que
sou um leitor preconceituoso e por isso relutei muito em ler a nova obra de
Augusto Cury. Queimei a língua. Como comentei com alguns amigos, achava que
este era “apenas mais um livro de dona de casa desesperada” e que “nem valia a
pena ler”. Me arrependi profundamente. “Armadilhas da mente” não é mais um
livro de autoajuda cheio de máximas motivacionais, mas um romance muito bem
narrado, com diálogos densos e reviravoltas inimagináveis. A história de
Camille é intrigante, envolvente e surpreendente. Uma verdadeira viagem pela
psicologia, psiquiatria e filosofia. Em suma, um livro que nos faz refletir (o
que somos, como agimos e pensamos) e deve ser lido por todos.
A
protagonista desta história é uma personagem fascinante: escreve e devora
livros, professora e coordenadora de um curso acadêmico, pós-doutorada, conversa
sobre qualquer assunto e tem um vocabulário muito extenso. Mas, como todo ser
humano, tem muitas falhas: crítica, exigente (principalmente consigo mesma),
egocêntrica, não gostava de ser confrontada, obsessiva,
pessimista, cheia de manias e não se curvava diante de ninguém. Isso
fora os transtornos mentais: fobia, depressão, estresse, transtorno
obsessivo-compulsivo e por aí vai.
Camille era
prisioneira de suas próprias emoções, mas não conseguia se tratar com
especialista (Você irá se sentir tão aflita quanto ela durante a leitura): ela
visualiza flashs dela e do marido, Marco Túlio se acidentando em alguma avenida
de São Paulo; Em sua mente doentia, achava que seu esposo estava sempre a
traindo e, ao mudar para a nova residência, a fazenda Monte Belo, começou a
sonhar que, na pele de um ex-morador escravo, estava sendo atacada. Ela não
conseguia administrar seus pensamentos. Eram como demônios dentro dela. Não
conseguia ver a beleza das coisas simples e isso já estava afetando a vida de
todos ao redor. Até que ela conhece Zenão do Riso, um jardineiro que dizia
“NÂO” a tudo.
Zenão do
Riso, ou ZÉ do Não, é o jardineiro residente da fazenda Monte Belo. Eita
personagem! Apesar da simplicidade e do pouco estudo, tinha uma inteligência
fora do comum. Ele até citava grandes pensadores, heróis de Camille, como
Voltaire e Schopenhauer. Conviver com Zenão foi uma experiência muito
edificante para Camille, apesar de relutar em reconhecer isso no inicio. Pelo
que diz, tinha os mesmos problemas de sua patroa, mas só se curou após
passar com o doutor Marco Polo, o “psiquiatra dos pobres”.
Em suma,
Marco Polo é um profissional muito diferente de todos. Ele trata seus clientes
de forma humana, com muita cumplicidade, paciência e muita importância. Ele
ajuda Camille a compreender seus problemas, superar seus medos e a vencer
seus conflitos interiores (ah, ele é o único que consegue debater e argumentar
com Camille).
Belíssimo e
profundo, o autor consegue penetrar em nossas mentes com a história de
Camille. Armadilhas da mente é um mergulho na mente brilhante de uma
mulher singular. Profundo e emocionante, Augusto Cury nos mostra que os
labirintos de nossas mentes são bem mais complexos e entrincheirados do
que qualquer um de nós é capaz de imaginar. Ele definitivamente nos faz
repensar sobre o apreço que damos as coisas materiais, relacionamentos
interpessoais e amor próprio.
"dona de casa desesperada". ui, parabéns, vc é mto evoluído.
ResponderExcluir"dona de casa desesperada". ui, parabéns, vc é mto evoluído.
ResponderExcluirGuilherme
"(...). Mas, como todo ser humano, tem muitas falhas: crítica, exigente (principalmente consigo mesma), egocêntrica, não gostava de ser confrontada, obsessiva, pessimista, cheia de manias e não se curvava diante de ninguém. Isso fora os transtornos mentais: fobia, depressão, estresse, transtorno obsessivo-compulsivo e por aí vai". Realmente, mto fascinante rs rs
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