domingo, 22 de setembro de 2013

Armadilhas da Mente - Augusto Cury

Resumo do Livro:

Conta a história de Camille, uma jovem-senhora bem sucedida financeiramente, mas que vê sua vida ruir – em todos os aspectos – por um único motivo: está presa emocionalmente.

Confesso que sou um leitor preconceituoso e por isso relutei muito em ler a nova obra de Augusto Cury. Queimei a língua. Como comentei com alguns amigos, achava que este era “apenas mais um livro de dona de casa desesperada” e que “nem valia a pena ler”. Me arrependi profundamente. “Armadilhas da mente” não é mais um livro de autoajuda cheio de máximas motivacionais, mas um romance muito bem narrado, com diálogos densos e reviravoltas inimagináveis.  A história de Camille é intrigante, envolvente e surpreendente. Uma verdadeira viagem pela psicologia, psiquiatria e filosofia. Em suma, um livro que nos faz refletir (o que somos, como agimos e pensamos)  e deve ser lido por todos.

“Quem é rico? Quem tem a escritura de uma propriedade ou quem contempla suas imagens?”

A protagonista desta história é uma personagem fascinante: escreve e devora livros, professora e coordenadora de um curso acadêmico, pós-doutorada, conversa sobre qualquer assunto e tem um vocabulário muito extenso. Mas, como todo ser humano, tem muitas falhas: crítica, exigente (principalmente consigo mesma), egocêntrica, não gostava de ser confrontada, obsessiva, pessimista, cheia de manias e  não se curvava diante de ninguém. Isso fora os transtornos mentais: fobia, depressão, estresse, transtorno obsessivo-compulsivo e por aí vai.

“O tempo da escravidão não cessou. No passado, algemava-se o corpo, hoje, algema-se a mente.”

Camille era prisioneira de suas próprias emoções, mas não conseguia se tratar com especialista (Você irá se sentir tão aflita quanto ela durante a leitura): ela visualiza flashs dela e do marido, Marco Túlio se acidentando em alguma avenida de São Paulo; Em sua mente doentia, achava que  seu esposo estava sempre a traindo e, ao mudar para a nova residência, a fazenda Monte Belo, começou a sonhar que, na pele de um ex-morador escravo, estava sendo atacada. Ela não conseguia administrar seus pensamentos. Eram como demônios dentro dela.  Não conseguia ver a beleza das coisas simples e isso já estava afetando a vida de todos ao redor. Até que ela conhece Zenão do Riso, um jardineiro que dizia “NÂO” a tudo.

“Nós nos tornamos uma história: ganhos inesquecíveis, perdas irreparáveis. A história engravida as tempestades mentais. As frustrações escrevem parágrafos; as perdas, capítulos; as mágoas, textos. Tênues gotas tornam-se torrentes, diminutas poças geram oceanos. Sofremos pelo futuro.”

Zenão do Riso, ou ZÉ do Não, é o jardineiro residente da fazenda Monte Belo. Eita personagem! Apesar da simplicidade e do pouco estudo, tinha uma inteligência fora do comum. Ele até citava grandes pensadores, heróis de Camille, como Voltaire e Schopenhauer. Conviver com Zenão foi uma experiência muito edificante para Camille, apesar de relutar em reconhecer isso no inicio. Pelo que diz, tinha os mesmos problemas de sua patroa, mas só se curou após passar com o doutor  Marco Polo,  o “psiquiatra dos pobres”.

“Eu tenho dinheiro, mas ele é que é feliz. Não preciso trabalhar, mas é ele que descansa. Tenho meios para voar, mas é ele que se aventura. Tenho cama, mas é ele que dorme. Quem é rico? Se chove, ele se alegra; se faz sol, o suor o anima. Diga-me, quem é rico?”

Em suma, Marco Polo é um profissional muito diferente de todos. Ele trata seus clientes de forma humana, com muita cumplicidade, paciência e muita importância. Ele ajuda Camille a compreender seus problemas, superar seus medos e a vencer seus conflitos interiores (ah, ele é o único que consegue debater e argumentar com Camille).

“A mente mente. A mente é uma das maiores pregadoras de peças.”

Belíssimo e profundo, o autor consegue penetrar em nossas mentes com a história de Camille. Armadilhas da mente é um mergulho na mente brilhante de uma mulher singular. Profundo e emocionante, Augusto Cury nos mostra que os labirintos de nossas mentes são bem mais complexos e entrincheirados do que qualquer um de nós é capaz de imaginar. Ele definitivamente nos faz repensar sobre o apreço que damos as coisas materiais, relacionamentos interpessoais e amor próprio.

3 comentários:

  1. "dona de casa desesperada". ui, parabéns, vc é mto evoluído.

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  2. "dona de casa desesperada". ui, parabéns, vc é mto evoluído.
    Guilherme

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  3. "(...). Mas, como todo ser humano, tem muitas falhas: crítica, exigente (principalmente consigo mesma), egocêntrica, não gostava de ser confrontada, obsessiva, pessimista, cheia de manias e não se curvava diante de ninguém. Isso fora os transtornos mentais: fobia, depressão, estresse, transtorno obsessivo-compulsivo e por aí vai". Realmente, mto fascinante rs rs

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